quarta-feira, 16 de maio de 2007

As Pedras


Semi-despida aguardas a pedrada no charco
Quando ela vem sentes um pouco do fim
Antecipado na fé e na crença do inútil

Uma outra chega e bate no teu rosto
O amor agora está tingido de sangue
Cada pedra a mais é um beijo proibido
E o céu já não é tecto da tua vida

Morre-se aos poucos atirada aos cães
Morre-se de vez devorada nos olhares

Os olhos consomem-te, agora aos milhares
Como se em visão postiça
Se fizesse justiça

Se eu fosse Deus só por um segundo
Velava por ti espalhada p'lo mundo
Mas eu não sou Deus nem por um segundo...
Adeus!

(Imagem: Pollock, War, 1947)